Me criei enforquilhado, gineteando campo afora...
Minha canção de ninar foi o tinido da espora...
Sou um rei da raça gaúcha, meu trono xucro é este basto:
Vivo solto ao Deus dará, igual semente de pasto!
Também sou cantor campeiro – isso descobri inda novo –
Soltando aos quatro ventos a cantiga do meu povo...
Mesmo que não tenha nada vou seguindo, assim, sem luxo:
Sempre agüentando o tirão – feito um palanque gaúcho!
Que eu siga honrando essa gente…
– Peço que Deus me comande!...
…Pois quando eu abro o meu peito
Viro um brasão do Rio Grande!!!
Trago estampado na alma o meu jeitão de bagual...
Agradesço a um Deus gaúcho por ter me feito imortal...
E se alguém me olhar, verá que o pago me fez assim:
Porque faço parte dele e ele faz parte de mim!
Deus moldou a minha estampa – me fez alma e semelhança –
Talhado a casco de cavalo desde os tempos de criança...
Mesmo que não tenha nada morro, queimando cartucho:
Enrraixado na terra – feito um palanque gaúcho!
Que eu siga sempre gaúcho…
– Em qualquer lugar que eu ande!...
…Quando escancaro a garganta
Viro um brasão do Rio Grande!!!