Sob meu peito te trovo e me ajoelho
Destino canções pros teus olhos vermelhos
Flores vermelhas, Vênus, bônus
Tudo o que me for possível ou menos
Física também, mas não só
Graças a Deus você existe
Acho que eu teria um troço
Se você dissesse que não tem negócio
Meus olhos fechados te acossam
Seja meiga, seja objetiva
Pressinto como você chega ligeira
Vasculhando a minha tralha
Bagunçando a minha cabeça
Metralhando na quinquilharia
Toda a dureza incrível do meu coração
Sob teu peito eu encontro
No portão da tua casa no bairro
Famílias assistem TV, eu não
Eu fumo um Marlboro na rua como todo mundo
E como você, eu sei, quer dizer
Eu acho que sei, eu acho que sei
E é porque eu confio em teu carinho
Mesmo que ele venha num tapa
E caminho a pé pelas ruas da Lapa
Logo cedo, vapor, acredita?
Nascer do sol visto da Vila Ipojuca
O aço fino da navalha me faz a barba
O halo fino da tua presença
Sozinha na padoca em Santa Cecília
Soluça, quer dizer, relembra
Batucando com as unhas coloridas
Na borda de um copo de cerveja
Que ganha chicletes de troco
Lebrando que um dia eu falei
Meio freak, anos 70, fique, fica comigo
Se você for embora eu vou virar mendigo
Ao desafio de te dar um beijo
Me atirar pros teus peitos
Espessa nuvem de incenso de perfume intenso
E o simples ato de cheirar-te
Me cheira à arte, me leva à Marte
A qualquer parte, a parte que ativa a química
Explode uma garrafa térmica
Por sobre as mesas de fórmica
Em que o poema mais lírico
Se mostre a coisa mais lógica
E se abraçar com força descomunal
Até que os braços queiram arrebentar
Toda a defesa que hoje possa existir
E por acaso queira nos afastar
Esse momento tão pequeno e gentil
E a beleza que ele pode abrigar
Querida, nunca mais se deixe esquecer
Aonde nasce e mora todo o amor